A maior mentira sobre o Futuro da Saúde (2.0) e o advento dos médicos com Inteligência aumentada e periféricos(ensaio) (2024)

Como é interessante documentar pensamentos. Em 2017 escrevi o texto "A maior mentira sobre o Futuro da Saúde", falando de como eu via as pessoas se posicionarem a respeito da transformação digital na saúde. Atualizei o texto e aponto as seguintes questões nesse texto:

  1. As maiores mentiras sobre o futuro da saúde (segundo o chat gpt)
  2. O que já mudou
  3. O que vai mudar
  4. Liderança médica com as tecnologias digitais
  5. O aparecimento do médico periférico
  6. O que fazer frente a um cenário tão complexo, veloz e ansioso

Tudo mudou nesses 7 anos! Comer, rezar, amar e consultar não são mais como eram ... A medicina mudou, os pacientes mudaram, as organizações mudaram e os médicos mudaram (mas muitos fingem que resistem)...

"A Maior mentira sobre o futuro da saúde 2.0" é um ensaio sobre as tradições, as inovações e o mundo real de 2024. O mais frustrante ao reler o texto original, que eu considerava interessante, foi constatar que faltou contar a maior mentira do futuro da saúde (até a qualidade da minha escrita mudou 🤔).

Entendendo que isso estava faltando, perguntei à IA, sobre o que ela achava que eram as piores mentiras, o resultado foi interessante (e concordo com a maior parte deles):

Há várias "mentiras" ou mitos comuns que circulam a respeito do futuro da saúde. Aqui estão alguns dos mais proeminentes: [Créditos ao GPT4-o]

  1. A tecnologia resolverá todos os problemas de saúde: Embora a tecnologia tenha um papel crucial em melhorar a eficiência e a eficácia dos cuidados de saúde, ela não é uma panaceia. Problemas complexos como desigualdades no acesso à saúde, doenças crônicas e questões comportamentais exigem abordagens mais integradas e humanizadas.
  2. A saúde personalizada estará disponível para todos em breve: A medicina de precisão e os tratamentos personalizados estão se desenvolvendo rapidamente, mas ainda há grandes desafios a serem superados, incluindo custos, infraestrutura e desigualdades no acesso. Não é provável que esses avanços beneficiem a todos de maneira uniforme no curto a médio prazo.
  3. Os sistemas de saúde estão preparados para o envelhecimento populacional: Muitos sistemas de saúde pelo mundo ainda estão se adaptando à crescente demanda por serviços de saúde geriátrica, cuidados de longo prazo e manejo de doenças crônicas, que são exacerbadas pelo envelhecimento populacional.
  4. A inteligência artificial substituirá os médicos: Embora a IA esteja transformando muitos aspectos dos cuidados de saúde, como diagnósticos e processamento de dados, é improvável que ela substitua completamente o papel dos médicos. A empatia, o julgamento clínico e a interação humana continuam sendo componentes essenciais dos cuidados de saúde.
  5. Todos terão acesso igualitário à saúde devido ao avanço digital: A digitalização da saúde promete melhorar o acesso e a eficiência, mas também pode ampliar as disparidades existentes se as diferenças em termos de acesso à tecnologia não forem abordadas.
  6. Os custos de saúde diminuirão drasticamente com novas tecnologias: Frequentemente, novas tecnologias e tratamentos vêm com custos elevados, pelo menos inicialmente. Além disso, a implementação de novas tecnologias pode exigir investimentos significativos em infraestrutura e treinamento.

Interessante, não? Basicamente as mentiras baseiam-se na capacidade de adaptação da cultura e da sociedade frente aos avanços. Vamos nos concentrar nas interfaces tecnologia-humano que acabam por moldar a cultura.

Muito se falava que o futuro da Saúde será baseado em inteligência artificial, big data e blockchain. Sim, isso já está acontecendo, mas não significa que a parte humana da entrega de saúde será deixada de lado. Uma das mais novas reflexões que me surgem é o advento do médico periférico.

Conversando com colegas médicos que ainda não estão envolvidos com o mundo da tecnologia da informação e comunicação (TIC), vejo que há uma expectativa sombria quando o assunto é o futuro da profissão. Chama a atenção é que muitos que eram resistentes em 2017 começam a adotar novas ferramentas mais precocemente do que naquela data.

Os médicos não entrarão em extinção, mas haverá um espaço "na periferia do mundo" para àqueles que são resistentes às mudanças. Mesmo nessa periferia, existirão ricos destaques (explico essa reflexão um pouco mais à frente).

Seguindo no (quase) lugar comum da IA:

Os médicos que não usam Inteligência artificial, serão rapidamente substituídos pelos que usam. - Antonio Di Ieva 2019 - The Lancet

Clique no link para conhecer o artigo na íntegra do Dr. Ieva, que foi veiculado em 2019 pelo Eric Topol, MD

A maior mentira sobre o Futuro da Saúde (2.0) e o advento dos médicos com Inteligência aumentada e periféricos(ensaio) (1)

As mudanças que estávamos apenas começando a vislumbrar em 2017 agora são parte integrante da nossa realidade. A inteligência artificial (IA) está revolucionando diagnósticos e tratamentos, permitindo uma medicina mais personalizada e precisa. Big data está transformando a pesquisa médica e a gestão de saúde, enquanto blockchain começa a oferecer soluções seguras e transparentes para registros médicos e transações.

O mundo mudou. Os pacientes estão mudaram. VOCÊ mudou. As organizações de saúde ainda estão mudando para pior com toda sua fragmentação. Não há como imaginar que a forma de entregar medicina e saúde continua a mesma, como querem alguns dos mais tradicionalistas.

Tradição é extremamente importante. É o alicerce da nossa profissão. Sem Hipócrates, Paracelso, Osler e tantos outros médicos que montaram os nossos mais de 2500 anos de história, jamais melhoraríamos tanto a qualidade e expectativa de vida das populações do mundo. O volume de conhecimento criado nos últimos 100 anos é infinitamente superior ao início da medicina. O volume de inteligência, entretanto, tenho minhas dúvidas...

Aqui um conceito que ainda estou assimilando. Uma transição do nome inteligência artificial para Inteligência Aumentada. Um espaço onde os melhores formados e experientes adquirem os skills necessários para aumentar a sua relevância, expressão e impacto, alimentados por aprendizado e replicação de máquina. (obrigado professor José Antonio Maluf de Carvalho por essas reflexões)

Sabe o que é mais engraçado? Esses nomes que alicerçaram a tradição médica também foram os inovadores de seus tempos.

Muitos médicos ainda relutam em adotar novas tecnologias, temendo que elas possam substituir o toque humano essencial no cuidado ao paciente. Ou ainda, temem que o digital possa tornar obsoletos, substituíveis ou pouco procuradas as pessoas que dedicaram 30 anos de estudo e trabalho para se tornarem distintos.

O temor é um sentimento real e disseminado. Paralizar, frente ao medo ou trabalhar para compreender novo, é uma questão de escolha.

Mas a verdade é que a tecnologia deve ser vista como uma aliada, não uma ameaça. A IA pode assumir tarefas repetitivas e administrativas, liberando os médicos para se concentrarem no que fazem de melhor: cuidar dos pacientes.

A progressão da ciência médica foi lenta e gradual, com alguns picos de desenvolvimento. Todas as vezes que uma nova tecnologia era descoberta/criada, a revolução era desencadeada. Junto com isso, estava o receio dos tradicionalistas.

Não há coisa mais tradicional que o receio dos tradicionalistas

O Willian Osler ainda falava uma coisa um pouco mais impactante (adoro essa frase dele):

"Quanto maior a ignorância, maior o dogmatismo" - Sir Willian Osler

Chegamos aonde estamos, prestes a criar máquinas ( e já criamos ) que não poderão ser distinguidas da humanidade ou ainda a vida eterna. Há quem diga que a primeira pessoa que não vai morrer, já está viva – e isso não é brincadeira. Tem muita gente e pesquisas sérias buscando esse caminho.

O melhor/pior de tudo é que esse papo continua não sendo coisa para o para o futuro. Isso é um papo para o agora. Tudo vai ser diferente do que se espera. Saber qual é a sua função no mundo é fundamental. Precisamos cada vez menos dos profissionais "ferramenta", que apenas repetem protocolos ou realizam funções repetitivas. Para o amanhã, você tem a escolha de ser ferramenta, operador da ferramenta, um criador de novos caminhos.

E se eu, ainda assim, escolher o tradicionalismo e a "periferia do mundo"?

Me dá até um medo (de cancelamento ou linchamento virtual) de explicar esse meu raciocínio... Mas ele só melhorará (o racional) a partir do momento que eu expô-lo. Ele está imperfeito e gosto do desafio de compartilha-lo com você e receber as contribuições. Vamos ao risco...

Muitos médicos respeitados, com um currículo exemplar, cientistas, com formações tradicionais - e internacionais muitas vezes - já perderam muito espaço para a galera do instagram.

A maior mentira sobre o Futuro da Saúde (2.0) e o advento dos médicos com Inteligência aumentada e periféricos(ensaio) (2)

O prestígio da titulação e dos resultados não sustentam mais consultórios caros, com grandes quantidades de funcionários ou aparelhos caros. A falta de presença digital desses, oportunizou um espaço que foi ocupado pelos que digitalizaram seus consultórios (muitas vezes as suas vidas)primeiro. Saber que tem alguém "pior" com mais destaque e sucesso, também massacra a saúde mental de muitos dos colegas que podem se identificar com esse cenário.

Só que, como sabemos, mídia não define a qualidade do médico, mas o médico de alta qualidade que ainda sabe usar a ferramenta, voa. O médico de alta qualidade que não quer usar as mídias, independente de sua qualidade, vai ficar na periferia da profissão.

Assim como as periferias urbanas, nas periferias profissionais, é possível uma boa vida, uma boa casa, um bom carro, um bom espaço para criar os filhos e gerar riqueza financeira. Tudo isso já é sucesso, mas, muitas vezes, não leva à autorrealização.

Com a boa formação técnico científica, a boa comunicação (virtual e presencial) e as facilidades da Inteligência Artificial é mais fácil não ser um médico periférico, independente do seu CEP.

Existe um trabalho a ser feito se você quiser se posicionar como um médico atualizado do presente. Caso queira beter um papo sobre isso, estou à disposição

Qual a sua posição? Criador, operador ou criatura? Líder ou periférico?

O Futuro da Saúde será esculpido não pelas ferramentas, mas por aqueles que as utilizam. Elas já são muito melhores que eram há 7 anos, quando o original desse texto foi escrito.

Cabe ao médico preparado utilizá-las para continuar produzindo impactos positivos. Como você quer fazer isso?

  • Caso precise bater um papo sobre o assunto e entender algumas possibilidades, estou à disposição.

E o futuro da saúde? Qual é a maior mentira?

Ele não será artificial. Será humano! Humanos que sabem utilizar toda essa tecnologia: apoiado por dados e por inteligência aumentada. O futuro da saúde está aqui, e é colaborativo, tecnológico, aumentado, digital e, acima de tudo, humano.

Um abraço e até a próxima inteligência em saúde.

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Job: Senior Farming Developer

Hobby: Paintball, Calligraphy, Hunting, Flying disc, Lapidary, Rafting, Inline skating

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